Sabias isso?

Embacio o vidro, e escrevo infantilmente com o dedo…
Letra por letra, percorro o teu nome…
Sinto-me parva por o fazer, por tornar todos estes meus gestos tão secretos, tão meus, tão proibidos… Não tenho a certeza de querer que leias isto k escrevo…
Fecho os olhos e consigo ouvir, quase na perfeição, a tua foz, a tua musica… fecho os olhos e percorro numa velocidade brutal momentos… Abro e fecho janelas, olhando intensamente cada segundo proibido dos momentos lindos que nos arriscamos a viver…
Fecho os olhos, em busca de um odor doce, de um riso escondido, de dedos enlaçados secretamente, de orações em silêncio, de olhares furtivos, de um beijo… que não sei adjectivar! Em busca de uma paz, que disseste um dia, vive em nós…
Quando dou por mim, tenho a mão sobre o que escrevi no vidro… quero agarrar isso, essa coisa, aquilo, isto… não consigo!
Pergunto-me se sabes o que escrevi e inevitavelmente sei que não consigo sabe-lo…
Encosto a testa ao vidro, está frio! Lentamente, deixo a minha mão escorregar, e quando olhos, o que escrevi, desapareceu em parte… vejo ainda alguns pedaços… é simples, é curto, mas ocupa tanto no meu peito! Talvez nunca o leias, mas no vidro fica a memória, de alguém um dia lhe ter escrito: “Eu amo-te, sabias isso?”
Clara Rodrigues
12-1-2006
2 Comments:
Se há dias em que acordamos para amar, há outros em que acordamos para dizer, única e simplesmente, "Adoro-te.". Se há dias em que acordamos para viver, há outros em que acordamos para dizer, única e simplesmente, "Estou vivo.".
Há momentos na nossa vida em que não somos capazes de os sentir e viver como únicos que são! Mas o amor que sei que há em ti é algo que brilha todos os dias nos teus olhos, não é apenas dizeres "Adoro-te.", não é apenas dizeres "Estou viva.". Tu vives um amor e eu fico feliz por ti e por vós!
Adorei o texto! *
se o vidro sabe, basta apenas abrir a janela para deixar voar a memória.
solta tudo aquilo que não consegues agarrar e despede-te de tudo o resto. só assim viverás essa paz q vive em ti.
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